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quarta-feira, 30 de maio de 2012

This I promise you

Se não houvesse palavras como iríamos pensar?
Talvez seria como aqueles momentos da vida em que as palavras somem da nossa mente e nem chegam aos nossos lábios. Como se tudo fosse inefável e inexoravelmente sem sentido! Talvez seria como os mudos pensam e não conseguem demonstrar verbalmente, como se o sopro e o som inexistisse de alguma forma. 
Inexistência...quantos momentos temos o "sentimento de não sentir", de não existir, de estarmos de mãos atadas perante a vida e os caminhos. São dores e amarguras que guardamos por longos tempos e nos torturamos sem que nem ao menos tenhamos culpa para isso.
Quantas noites perdemos procurando em vão por uma resposta, um caminho e um motivo para recomeçar. Quantas cartas relidas até se desfazerem nas mãos juntamente com todas as promessas que ouvimos, acreditamos e se tornaram mentiras.
Mas a vida é um "eterno" recomeço, ainda que o eterno seja breve. Tempo e intensidade são coisas que não caminham lado a lado e nos surpreendemos quando notamos que de repente algumas situações se tornaram apenas vagas lembranças, sem dor, sem pesar...apenas lembranças.
Surpresa maior ainda quando nos vemos abertos a novas oportunidades e decidimos nos permitir. Então vemos que em meio a uma noite escura há uma lua que ilumina nossa escuridão não nos deixando sozinhos. E a claridade é o suficiente para em meio a escuro e luzes olhar dentro do olho de alguém e sentir que o mundo ainda tem muito a oferecer e que muita coisa ainda há para se viver.
Então permitimo-nos o aconchego de um abraço e saboreamos a doçura em um lábio que sempre tem um sorriso mágico a oferecer. Aquele olhar de inocente malicia que poucos possuem. Aquela sensibilidade e o encaixe que nem todo dia encontramos quando procuramos e que de repente está ali, na nossa frente, a nossa espera, sem que tivéssemos planejado algo.
É a vida e suas surpresas. Se o destino existe já não sei! Sei apenas que trilhei meu caminho tropeçando em pedras até chegar aqui, firme e em pé. E para o meu espanto percebi que em muitos momentos carreguei pedras que pesavam muito e só me faziam cansar e sofrer. Havia necessidade? Era o certo? Quem souber que me responda.
Aprendi que devemos matar um, dois, três ou até mais leões por dias, porque sem esforço e coragem não conquistamos coisa alguma nessa vida. Só depende de mim e de você...eu estou disposto e você? Quero só uma palavra, um sorriso, um olhar e mais nada.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Crônica de um amigo


CADA SEGUNDO PASSADO É TEMPO PERDIDO



Para Leonardo Barros,
Para mim,
E para todos aqueles que são como nós

De minuto a minuto Jonas perdia-se no tempo. Rasgava sorrisos sem qualquer esperança no meio das calçadas. Havia ânsia em conhecer um novo mundo, em viver uma nova vida; e havia ânsia também em morrer. Não dissipar-se, mas dissipar a dor de ver um amor partindo pela porta da frente, levando-lhe pedaços embora e deixando o resto em frangalhos.
O sol, entre levantar-se e pôr-se, trazia um calor raro. Um calor que não tinha forças em aquecer a alma. Quê mais se pode esperar de alguém que depositou uma vida toda em uma outra pessoa e foi esquecida num envelope de cartas?
A voz ia sumindo da cabeça de Jonas. Seu ex-namorado parecia estar bem pelas notícias que chegavam. Festas, bebidas, luzes. Ele pensava: onde estão as cores? E era óbvia sua apatia em relação ao resto do mundo. A antiga alegria resumia-se em correr os corredores gelados e em chorar lágrimas de lâmina ácida, que ardiam ao saltar dos olhos. Quê mais se pode esperar das alegrias tantas da vida? São preços a serem pagos. Momentos felizes, Jonas pagava com lágrimas de lâmina ácida.
As noites juntos, as cartas, as promessas, o tempo gasto, onde estava tudo isso? Tudo isso estava num buraco explosivo e (às vezes) furtivo chamado memória. Essa mesma memória que nos faz sorrir, em alguns momentos tende a nos partir em duas partes de um mesmo resto de ser humano. Jonas sentia-se assim: partido em dois. Uma metade que seguia em frente com a cabeça erguida, e outra, estática, muda, anestesiada, buscando por paliativos envolventes. Jonas estava, de fato, envolvido! Envolvido pela ânsia de nunca ter perdido tanto tempo ao lado daquele homem tão grande e ao mesmo tempo tão pequeno, ao lado daquele homem tão maduro e ao mesmo tempo tão infantil, ao lado daquele que o fez sentir-se tão amado e ao final, saiu pela porta da frente carregando-lhe a paz e a alma.
Em dias de chuva, parado na janela do quarto, com um cigarro enfiado no meio dos dedos e com os olhos perdidos lá fora ele sentia-se um nada, porque é isso que o abandono faz com a gente. Como se nunca tivesse significado coisa alguma para aquele seu ex.
- Sou um nada, fui um nada e serei um ninguém!
Em dias de sol, ele caminhava com sua cadela pelas ruas estreitas e sufocantes. Saia também com alguns amigos, mas seu humor era sério. Todo encurvado, envergado ao máximo, com as olheiras no máximo, com aquele sorriso de elástico que estiva e voltava ao mesmo lugar numa fração de segundos.
- Não se pode perder tempo com sorrisos!
Muito tempo havia sido perdido com sorrisos que findaram em lágrimas de lâmina ácida.
E como pode ter perdido tanto tempo fazendo planos de casamento?
Ali, a única coisa que faltava era alguém que lhe conhecesse os suspiros, os olhares, para num abraço fraterno dizer-lhe que sabia o que estava acontecendo, mas que aquilo passaria e que as lágrimas de lâmina ácida uma hora deixariam de escorrer-lhe as faces. Então Jonas chorava, porque ultimamente vinha se sentindo tão sozinho, e ninguém ouvia o clamor, ninguém via que ele não queria se esquecer, mesmo as memórias fazendo-lhe tão mal...
- Não, não vou me entregar! - ele dizia para si mesmo enquanto vestia-se para uma festa.
E a partir daquele dia, ele sabia que tudo passaria e estaria de cabeça erguida até que a última lágrima de lâmina ácida saísse e lhe libertasse da angústia da distância.
E o tempo se arrastava, de janeiro a dezembro, sempre passando por abril e por novembro. Aos poucos o coração ia voltando ao compasso natural. Aos poucos o sorriso ia voltando ao brilho contagiante. E não foi de uma hora para a outra! Entre o ruir da vida e o reconstruir da vida, muitas lágrimas de lâmina ácida lhe cortaram o rosto.
E também não posso enganar dizendo que ele não se lembra mais. Lembra sim! Mas de coração, são lembranças, memórias! Não de um tempo perdido, porque foi bom enquanto durou, mas de um tempo que ainda corre nas veias de Jonas, fazendo-lhe quem hoje ele é. Confesso que um dia por mês ele ainda lembra, mas sorri!
Tempo perdido é o tempo que a gente passa fantasiando e deixando de viver...


Rafael Pereira,
Regente Feijó
28/05/2012 - 03:30

domingo, 20 de maio de 2012

Metamorfose

Nos momentos difíceis a gente passa a descobrir métodos para enfrentar as situações que nos são impostas. Aprendemos a olhar de uma nova forma para fatos que antes não nos atentávamos e então redescobrimos pessoas, sentimentos e vontades. É o poder curador e transformador da dor! A capacidade de olhar-se em um espelho e perceber que se por fora as coisas continuam iguais por dentro tudo transformou-se.
Nesse resgate de nós mesmos podemos nos perder e dar as mãos a desesperança. Somos tomado por um sentimento de paralisia perante ao mundo e a vida, tudo se torna eterno. Temos que nos dar conta de que eternizar algo é uma escolha nossa e que na medida em que somos livres para eternizar, podemos também aprender a lidar com os sentimentos já que esquecer é algo improvável para algo que já foi importante demais.
Aprendemos a olhar diferente para pessoas que sempre estão ao nosso lado e então percebemos quem realmente deve ser valorizado e respeitado. É a capacidade de admirar e respeitar o outro que muda nosso olhar e faz com que aproveitemos ao máximo o tempo que temos com essas pessoas.
Sabendo que a vida é curta demais e ao mesmo tempo imprevisível saberemos o que realmente importa e nos faz bem. Um dia, quando tudo isso tudo acabar e nada mais restar, quando veremos a Verdade face a face e não houver mais lágrimas ou tristezas, quando nossa existência cessar e sermos apagados do livro dessa vida nada mais restará além de nossas ações. 
Ficarão apenas lembranças que tendem a serem perdidas com o tempo. E o que vamos levar? Nada! Podemos decidir o que vamos deixar....eu estou construindo meu legado com minhas vivências porque isso compete somente a mim.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Contagem contrária (Diciassette)

Que dia é hoje mesmo? Não estou me apegando a datas, sei apenas que é dia de viver! Viver intensamente e até mesmo inconsequentemente!
É dia de sorrir, de conversar, de olhar e ser olhado. É dia de existir como pessoa, como humano, com falhas e virtudes, com a capacidade de perdoar e ser perdoado!
Que dia é hoje mesmo? Não me pergunte porque já rasguei todos os meus calendários, joguei no lixo os dias perdidos e as histórias mal resolvidas! Hoje é dia de olhar no espelho, e ver o brilho no meu olhar ressurgindo. Saber que minhas experiências me moldaram a ser quem hoje sou e que de agora em diante as rédeas da minha vida estão em minhas mãos.
Ninguém mais viverá por mim, ninguém calçará meu sapato e andará os meus caminhos. Ninguém nunca poderá fazer nada por mim sem que eu não queira. Eu sou senhor da minha história e dos meus dias. Eu sou aquele que veio pra ser feliz.
Que dia é hoje mesmo? É dia de mudar, de recomeçar, reconstruir! Organizar a bagunça da reforma e colocar tudo no seu devido lugar. Deixar longe aquilo que não convém, e trazer pra bem perto o que me faz bem. É dia de abraçar, beijar, agradecer e amar!
Amar a mim mesmo em primeiro lugar para depois poder amar os que me rodeiam. Reconhecer no silêncio a força necessária pra lutar e ter gratidão por todos aqueles que sempre insistem em me levantar quando minhas forças se esvaem!
Que dia é hoje mesmo? Que dia é hoje mesmo? Que dia é hoje mesmo?
Não sei!
É o único que eu tenho e tenho que aproveitá-lo, porque esse dia é como segurar um punhado de areia nas mãos e vê-la se perdendo aos poucos! Não sabemos quando terminará ou o quanto durará, mas sabemos que uma hora tudo acaba, tudo passa, tudo se vai.
Que dia é hoje mesmo? Responda você mesmo se de alguma forma ainda se lembra...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Banquete da vida

O dia está chegando ao fim e de alguma forma estou conseguindo me equilibrar. A ferida continua doendo e o coração sangrando, mas ele continua batendo e eu estou vivo e tentando seguir em frente.
Hoje meu dia foi longo, me mantive ocupado e com pessoas agradáveis. Hoje ri como criança e pude em diversos momentos não pensar nas coisas que estão acontecendo. Abracei, sorri, partilhei...
As lembranças sempre me acompanham...um perfume, um rosto parecido, um olho, um momento, um local. A faculdade tem sido um refúgio ultimamente, embora seja ambivalente porque foi ali que te vi pela primeira vez. Só que as lembranças aos poucos vão se perdendo no espaço...e a gente aprende a olhar para os acontecimentos com mais força.
Cheguei em casa e fui recompensado por encontrar as pessoas que eu amo e que me amam. Isso me alegra, ver minha família reunida, jantar, conversar e ainda ouvir: "eu gosto de você do jeito que você é!" 
É isso que devo levar em consideração...as palavras e as atitudes daqueles que realmente importam, daqueles que me amam incondicionalmente, com minhas virtudes e falhas...do jeito que eu sou. Preciso aprender a deixar de correr atrás de migalhas de quem nem isso tem pra oferecer e aceitar o banquete que a vida me oferece.
Sentimento de culpa? Resquícios inconscientes apenas. Tenho plena consciência de que fiz tudo que poderia ter feito e que a escolha não foi minha. Quem jogou tudo ao vento? Quem prometeu e não cumpriu? Quem me fez acreditar em vão? Quem partiu e nunca mais voltou?
A vida é curta demais pra ser passada em vão! Repito isso pra mim diariamente e aos poucos vou acreditando e tomando isso como verdade. Porque não vou permitir que me roubem de mim mesmo...

"Deus faz um banquete para você todos os dias e você se contenta em sentar embaixo da mesa e comer as migalhas"


terça-feira, 15 de maio de 2012

Ponto de interrogação

O que a gente faz quando não tem vontade de fazer mais nada?
O que a gente faz quando sente-se sufocado e sem forçar pra gritar?
O que a gente faz quando tenta chorar e já não tem mais lágrimas?
O que a gente faz quando palavra alguma consola?
O que a gente faz quando o tempo para, a vida para e a gente para?
O que a gente faz quando não pode fazer mais nada além de esperar?
O que a gente faz? O que a gente faz?
Alguém me diga por favor!


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Sala de espera

Hoje enquanto aguardava meu horário na terapia,uma criança, que também esperava pelo horário dela, me perguntou: "Quem te colocou aqui?" e então percebi que não havia a quem culpabilizar pela minha situação. Apenas respondi que eu tinha ido por vontade própria. A criança foi mais além e me pergunta: "o que você tem?". E então como responder? Disse que não sabia!
Sim, menti para uma criança! Eu sei o que tenho só que não entendo. E a primeira pergunta fez com que eu tivesse meus insights. "Quem te colocou aqui?"
EU me coloquei aqui por conta de situações que vivi e não soube lidar.
EU me coloquei aqui porque resolvi enfrentar minha fragilidade e não tive estrutura para suportar tudo sozinho.
EU me coloquei aqui porque precisava de ajuda.
EU me coloquei aqui porque alívios imediatos já não curam minha dor.
EU me coloquei aqui porque ouvi, vi e vivenciei coisas que me feriram.
Mas se EU me coloquei aqui, por que não consigo sair?
Por que não me libertar de vez de tudo isso?
A resposta está na segunda pergunta que a criança me fez: "O que você tem?"
Eu tenho dor, eu tenho dificuldade em me desvincular do que me fere, eu tenho ressentimento, eu tenho medo, eu tenho solidão, eu tenho insegurança. 
Mas o principal: EU não estou conseguindo tomar as rédeas da minha própria vida!
Ouvi uma vez em uma aula que "o homem é um ser não sendo". Estou inexistindo em minha própria história e nem ao menos chego a ser não sendo. Não estou me construindo. A construção está parada. As obras não tem prazo para terminar.
Não posso desistir de mim e deixar que a vida passe pelos meus olhos e os dias no calendário se esgotem sem que eu viva! Não posso deixar que situações e pessoas me coloquem em lugar algum contra minha vontade, ou mais além, que eu aceite ser jogado em um canto como algo sem valor.
É hora de resgatar o que deixei pra trás e retornar ao processo que caminhava tão bem. E então poder saber pra onde vou, o que fazer e como me sinto. Ser senhor de mim e da minha história. Terminar a obra inacabada e um dia poder contemplar a beleza da finitude, ainda que por alguns instantes. 
Como diria a Severina "a gente tem que aprender a transformar veneno em remédio". Então estou aqui, porque EU quero, e posso decidir se continuarei ingerindo o veneno que me mata aos poucos ou transformarei essa dor em remédio para meu crescimento.
Afinal, eu sei quem me colocou aqui...

domingo, 13 de maio de 2012

Lágrimas e chuva

Estou sufocado com vontade de abrir a janela e gritar até perder a voz. É como se nada tivesse mudado e toda a evolução que afirmei não tivesse acontecido. Minhas lágrimas não cessam, minhas pernas não tem mais força para andar. Meu mundo gira, meus pensamentos giram e me perco. 
Me perco de minhas origens, perco os sentidos, me perco de mim. Perco o resto de esperança e a pouca força que me sobrara.
Quem é esse eu que habita em mim? Desconheço minha fisionomia no espelho, não me vejo em minhas ações. Não sei quem fala e age por mim. Não sei onde estou ou onde devo ir.
Sensações e emoções se misturam...estou desnorteado!
Preciso sair e andar até cansar, correr até não aguentar mais. Preciso partir e parar de olhar pra trás para não cair mais. Preciso fugir de tudo isso e até de mim.
Procura-se razões e motivos...estou sem forças, estou sumindo...
E então a chuva cai em meu telhado, sinto vontade de banhar-me em suas águas e me lavar de toda dor que está grudada em minha alma. Quero misturar minhas lágrimas com a água que vem do céu pedindo a Deus, ao tempo, a quem for, que tudo isso passe logo e eu consiga recomeçar.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Talvez tudo, talvez nada...

"As vezes não entendo o porque fico inseguro, com medo de te perder, de você enjoar de mim, e cada vez que não entendo o motivo desses pensamentos a mesma conclusão me vêm porque você é pra mim como o cérebro é para o ser humano, o órgão mais importante, e o que faria alguém sem órgão? Nada porquanto morreria? Não quero morrer, quero você cada dia mais e se um dia separarmos sabe muito bem que muito mal ficarei, quase sem vida, tenho medo de morrer, tenho medo de você se apaixonar por outra pessoa menos problemática, mais bonita, sei lá. Só sei que temo muito, muito mesmo"

PALAVRAS PREENCHEM PAPÉIS MAS NÃO CORAÇÃO!


"Porque a vida segue. Mas o que foi bonito fica com toda a força. Mesmo que a gente tente apagar com outras coisas bonitas ou leves, certos momentos nem o tempo apaga. E a gente lembra. E já não dói mais. Mas dá saudade. Uma saudade que faz os olhos brilharem por alguns segundos e um sorriso escapar volta e meia, quando a cabeça insiste em trazer a tona, o que o coração vive tentando deixar pra trás." (Caio Fernando de Abreu)

Sebastião

Me dei conta que hoje é dia 10 e então me lembrei de um acontecimento nesta data. Lembrei de você meu vozinho e a saudade doeu na alma.
Me lembro de todas as histórias que você me contava mas onde está a sua voz? Como era mesmo a sua voz? Me desespero tentando lembrar e não consigo! Por que o tempo apaga isso da nossa memória?
Eu me lembro com saudade de todos os momentos e de tudo que aprendi com você. E hoje fico pensando no quanto poderia te ensinar também...
Queria muito que estivesse aqui ainda. Queria muito poder jogar baralho com você e ganhar, ainda que muitas vezes eu acho que você me deixava ganhar.
Queria tanto poder voltar ao tempo do Paraná e ir pro rio, pra casa que tinha o trator, brincar naquela praça!
Queria tanto poder comemorar aniversário junto com você!
A vida segue seus ciclos e a gente vai se perdendo, se encontrando...mas a essência permanece!
E hoje estou com saudades, mas espero que um dia nos encontremos...não sei onde, quando ou como. Mas quero ainda te dar um abraço apertado, beijar sua testa e dizer que te amo! Assim como fiz na última vez em que te vi....

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Celebração

Hoje foi mais um dia em que consegui lidar com tudo isso que vem acontecendo. Aos poucos começo a entender que pensamentos nos tiram da realidades mas não trazem-na de volta. Na verdade, uma realidade passada já não é mais realidade para ser vivida. Não quero fazer da minha vida um círculo vicioso de repetições.
Hoje falei de você e então sorri! Foi engraçado...mas foi triste também. Resta-me aprender a viver com essa ambivalência! Preciso aprender que um dia serei forte como ferro e em outro dia fraco como a areia. Isso é triste? Não sei, tenho tentado não deixar a tristeza me dominar.
Até mesmo a areia em sua fragilidade torna-se forte ao permitir se juntar com outros grãos frágeis formando uma montanha. Estou dando as mãos para minha fragilidade e convidando-a para um passeio pela minha vida. Dessa vez não estou me escondendo atrás da minha muralha, estou aceitando o meu lado humano e com sentimentos.
As vezes me pego aqui rememorando tudo que vivemos, principalmente aos sábados...Ah, como os sábados doem hoje em dia! São eles os responsáveis pelas minhas lembranças e por intensificar a saudade.
Mas a escolha não foi minha e eu terei que continuar meus passos ainda cambaleantes pelo caminho. Não posso parar. Não posso me fechar. Não posso desistir de mim.
Vou sorrir a vida e brindar pelo recomeço. Vou brindar por tudo que nos aconteceu no tempo em que tudo durou. Vou brindar pelos tombos, pelas vitórias, pelos momentos sejam eles quais forem. Vou brindar porque me permiti e cresci, pela felicidade e cumplicidade. Brindarei e beberei até o último gole, até o fim...como tudo aquilo que se inicia nessa vida!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mi tengo

Só por hoje resolvi me abraçar demorado e me sentir como pessoa. Resolvi pegar um espelho e olhar fundo nos meus olhos e então percebi que minha essência não se apagou e que não posso deixar que ninguém o faça.
Só por hoje resolvi sentar num banco de uma praça e olhar o movimento por olhar, e então percebi que a vida segue um fluxo, que nada é eterno e que pessoas "vem e vão".
Só por hoje olhei pras minhas feridas e decidi me curar. Enfrentar o processo de cicatrização não é fácil, incomoda e dispende tempo! Mas, estou disposto a viver dia após dia e aprender a lidar com a dor na esperança de que um dia restem apenas pequenas marcas e que elas sempre me lembrem do que passei e o quanto cresci e não preciso repetir tudo que aconteceu.
Hoje resolvi me livrar de tudo que não me faz bem. Joguei no vento palavras que disseram e me magoaram, joguei no lixo as falsas promessas que acreditei. Deixei de me preocupar com o que pensam de mim e mais ainda, com as mentiras que dizem ao meu respeito.
Hoje repeti para mim mesmo os meus valores e qualidades e percebi que tenho muito a acrescentar na vida de quem se permitir. Olhei para meus defeitos e vi também que há muito a melhorar, mas que eles não serão determinantes em minha história.
Hoje e só hoje não derramei lágrima alguma e não deixei a angústia me dominar. Estou aprendendo a ser senhor do meu caminho e lidar com lembranças que insistem em me rodear. Percebo que preciso me querer bem antes de tudo e que eu sou maior e mais forte do que eu pensei e do que muitos pensam.
Onde quero chegar? Não sei! Mas sei que posso ir até onde quiser porque o principal eu tenho: coragem de lutar!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Passos lentos


Olho meu celular pela milésima vez hoje, tenho esperança de encontrar algo que gostaria de ver. Tem horas que os pensamentos surgem em minha mente e é preciso muita força para mudar o foco e afastá-los de mim. É como se eu fosse um bloco de gelo afundando em um oceano quente, desmanchando, derretendo, sumindo.
Alguém me diz como lidar com lembranças doloridas? Alguém me diz como passar uma borracha, virar a página ou começar uma nova história?
É tanto silêncio e vazio que me perco. Me jogo em outros braços e experimento novos beijos mas o que isso tem mudado? São alívios imediatos que não curam todas as feridas que você causou!
De alguma forma as coisas vão se encaminhando mas ainda me perco pelo caminho. Sinto como se desse um passo a frente e dois para trás mas ainda tenho fé porque de alguma forma estou seguindo.
Não quero mais olhar pra trás, não quero mais me culpar por algo que não tive culpa, não quero mais entender. Quero viver e esquecer, e se não for possível esquecer saber lidar com a lembrança.
Porque sou maior que tudo isso que está acontecendo e vou voar tão alto quanto queira em busca dos meus sonhos e da minha felicidade e um dia sorrirei ao lembrar de tudo que está acontecendo. Sem dor, sem pesar, apenas aprendizado.

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