Final de tarde

E todas as tardes ele ainda ia na praia olhar o pôr do sol. Era um velho costume que o perseguia, era um meio de matar a saudade e aliviar um pouco a dor de seu coração.

Aquele vermelho que cortava o céu todas as tardes, cortava tambem um pedaço do seu coração. Vermelho sangue contagiando a imensidao das nuvens, vermelho sangue pulsando com a dor em seu peito.

O motivo de sua angustia era uma partida antes da hora. Ela se foi num final de tarde, sem cumprir todas as promessas, sem irem a todos os lugares programados, sem contemplarem o por do sol como haviam combinado.

Já se passara um ano, e a solidao ainda nao quis ir embora. Já se passara um ano e o por do sol insistia em acontecer, desrespeitando a dor e mostrando que no fim existe uma noite escura a ser superada.

Finais de tardes...escondem seus misterios!