Páginas

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Delírio paranoide

Sinto que choro por dentro e as lágrimas são quentes a percorrer em minhas veias. Ouço o som delas caindo em meu interior e ultimamente só essa melodia tem me acompanhado.
Encontro-me absorto em um profundo silêncio. Meus pensamentos se perdem em alguns momentos e retornam. Sou bombardeado por recordações e tento de toda forma me livrar delas. Não quero ser escravo da memória e nem ficar preso em repetições que nunca me levarão a caminho algum.
Sou assombrado por fantasmas que deveriam estar bem longe de mim. Sou atormentado por lendas urbanas que cercam esse local onde habito. Sou atormentado por vozes que ecoam no espaço sem rostos que a projetem e por bocas que tentam gritar sem som.
Meu dia dura uma eternidade e minhas noites ainda mais. Meu travesseiro exala cheiros que não deveria e minhas paredes mostram imagens que a tanto tempo tranquei longe de mim. Olho no espelho e vejo um futuro que nunca planejei: para onde foram todos os sonhos?
Meu estômago revira em mil cambalhotas e perco a direção do caminhar. Meus passos estão lentos ultimamente e meu braços cansados de carregar o fardo pesado do viver. Preciso de um descanso e de um alento.
Tenho jogar fora as pedras em meus bolsos para não ferir mais ninguém e muito menos me ferir. Necessito de um abraço que ainda não encontrei e de um olhar que cure o meu interior. Alguém que me olhe como sou e não faça promessas em vão. Alguém que não diga nada mas que suas atitudes falem mais alto!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...