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sábado, 14 de abril de 2012

Sábado chuvoso

Os pensamentos vão diminuindo gradativamente assim como as lembranças. Ainda dói e muito, mas sinto como se estivesse me acostumando com a dor. A ferida sangra sem cicatriz mas o sangue está estancando, talvez já não tenho mais sangue para sangrar.
De alguma forma ainda existe uma presença em meio a tanta ausência. Por mais que apaguemos os rastros alguma coisa ainda se sobrepõe. Uma música tocando em um carro na rua, alguém que te faz uma pergunta, um lugar que te recorde algo e principalmente uma memória que insiste em surgir a mente ainda que sem vontade.
O tempo tem passado, em alguns momentos rápido e em outros em uma lentidão massacrante. Tem dias que estou bem, que me controlo e penso que isso tudo uma hora passará. Em outros dias não sei pensar em mais nada a não ser na forma em que as coisas aconteceram, fantasio mil e uma explicações e no fim não chego a conclusão alguma.
Alguém pode me mostrar onde está o erro? Sou eu? É você? Não sei mais em que pensar...Tenho certeza de que fiz tudo que estava ao meu alcance, lutei até mesmo quando já não havia mais motivos para tal. Se não consigo dormir não é de consciência pesada - pelo contrário, minha consciência não me acusa em nada - é de uma dor chamada saudade. 
E estava tudo tão bem nesse sábado até começar a chover e eu sentir vontade de sair correndo pela chuva pedindo que ela lavasse minha alma e me ajudasse a cicatrizar tudo que em mim ainda dói. 

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