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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Homicídio doloso

Reli "O meu pé de laranja lima" e mais uma vez me emocionei e tirei ensinamentos. Sempre me identifico com a precocidade de Zezé que divide seu tempo em ser criança e adulto. Quantas vezes tive que agir como adulto quando minha maior vontade era correr por aí sem preocupações.
E hoje, homem feito, sinto saudades da liberdade que ainda havia na minha infância. Crescer não significa ter que abandonar por completo a criança que um dia fomos, mas implica em ter responsabilidades e não agir com infantilidades perante a vida.
Nessa última leitura o que mais me identifiquei foi com a questão de matar alguém dentro da gente. Quantas vezes somos obrigados a fazer isso! Não falo em transformar o coração em um cemitério e ficar sempre remoendo velhos fantasmas, mas, no sentido de que a morte implica em ausência e silêncio então fazer silenciar algumas vozes dentro de nós.
Esse processo é tao "espontâneo e automático" que muitas vezes não temos consciência de que estamos matando alguém dentro de nós. O tempo é a arma primordial nesse assassinato! Com o passar do tempo a morte vai se concretizando e ficando apenas lembranças que diminuem gradativamente em sua constância. 
Não quero ser um assassino mas as vezes a vida exige isso, ainda mais quando já nos mataram em outros corações!



"- Mas ele me bateu tanto, tanto, Portuga. Não faz mal...
Funguei compridamente. 
– Não faz mal, eu vou matar ele.
- Que é isso menino, matares teu pai?
- Vou sim. Eu já até que comecei. Matar não quer dizer a gente pegar revolver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu."

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