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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ato 3 - Cena 7

E é quando o mundo mostra o seu tamanho em cima dos nossos pequenos sonhos, quando perdemos a força das nossas pernas e somos guiados pelo nosso coração ou por um impulso que as pessoas chama de razão. Nesse momento é que percebemos que nada somos além de gotas perdidas que caem na solidão do deserto, tentando regar com um pouco de amor uma terra seca...seca de esperança e de compaixão.
E nos assustamos quando as pessoas olham com o olhar que acusa, esperando ainda receber o abraço de apoio que se negam a nos dar, e entao pensamos que a vida poderia ser bem diferente, mas que nao teria o mesmo sabor e nem mesmo compensaria os sofrimentos se nao fosse pelo unico motivo que nos motiva a viver.
Busca-se uma pureza, ou uma beleza onde nao há. Olham como se fosse algo diferente quando no fim é mais igual do que se imaginava no começo e entao percebe-se que o final da historia nao foi escrito ainda porque uma mao ansiosa por usar sua borracha tentou apagar o que o destino escreveu a caneta.
A pagina ficou borrada, pelas lagrimas, pelos gritos, pela indecisao. E o medo que antes era de outra coisa, agora tem motivos maiores do que podemos compreender. Vai saber em que compasso a musica retornará ao seu ritmo, ou em que abrigo nos abrigaremos em meio as tempestades que encontramos nesse caminho solitario, marcado pela presença de muitos rostos silenciosos.
E a felicidade foi vendida para poupar a vida daqueles que em momento algum pensaram em nós. Entao percebemos que esse amor que habita no silencio, nao pode ter seu nome revelado, porque assim como no carnaval deve usar mascaras e esquecer quem era, e para quem foi um dia o motivo da existencia, mesmo que agora no silencio seja gritado aos quatro cantos do mundo, na esperança de que em algum lugar o eco retorne mudando todo o cenario desse ato que até entao foi o mais triste da peça.
Porque viver nao é representar...amores..que rimam com dores e perdem suas cores....porque viver é um grande esperar....perdendo seus sabores, trocando seus valores, esquecendo de onde ficaram as flores...porque viver nao é representar...amores que trazem dores só podem entao um dia produzir flores!

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