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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Vidas perdidas

- Meu mundo está girando - diz um homem sentado sozinho em um banco de praça - sinto meu estômago revirando e meu sangue pulsando geladamente. Chega a ser tão gelado que parece que minhas veias serão cortadas e tudo jorrará para fora de mim.
Perdido em meio aos milhares de pensamentos que irrompem em sua mente, o homem não tem forças para levantar. Pessoas passam e parecem não notar que algo está errado com ele. A palidez de seu rosto revela que as coisas estão fora de controle, mas como controlar o que nos controla?
- Estou enlouquecendo - diz uma mulher sentada sozinha em um banco de praça - sinto que o mundo está fora de lugar ou não sei se existe mais lugar para mim neste mundo. Minha vida tem se tornado uma eterna repetição de eventos que nem gostaria de ter vivido.
Perdida em meio a confusão que sua vida se encontra ela não tem forças para levantar. Muitas pessoas passam e nem notam que aquela vida está em crise. Seu olhar perdido revela a necessidade de se encontrar, mas como encontrar algo que faz com que a gente se perca?
- Estou farto de tudo isso - diz um senhor sentado sozinho em um banco de praça - sinto que a vida perdeu o sentido desde que ela partiu. A dor da solidão me mata aos poucos e ninguém pode fazer nada por mim. A saudade as vezes é como uma faca a perfurar o meu interior lentamente.
Perdido em meio a suas recordações aquele senhor não tem forças para levantar. Muitas pessoas passam e nem olham para aquele que abriu o caminho para que hoje estivessem ali. Suas memórias são ainda a fonte da sua existência. Mas como se manter vivo com aquilo que nos mata lentamente?
- Viver não tem mais sentido - diz um jovem sentado sozinho em um banco de praça - para mim já não faz mais diferença saber que dia é hoje se cada dia tem sido uma eternidade para se findar. Por mim não haveria nem ontem, hoje ou amanhã. Acabaria tudo agora.
Perdido em meio aos seus conflitos o jovem não tem forças para se levantar Muitas pessoas passam por ali e nem notam que aquele jovem está vivo mas morto existencialmente. A dor do abandono é tamanha e palavra alguma parece explicar. Como permitir aproximações se a vida ensina que é melhor manter todos distantes?
As pessoas olham mas não enxergam além. Estão presas na superficialidade. E então um belo dia quando se deparam com uma manchete chamativa em um jornal é que se darão conta de que não precisava muito: era preciso apenas um olhar! Será tarde, porque os bancos estarão vazios...

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