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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O cantar de um galo velho


Eu queria ao menos por um instante apagar minhas memórias e não me recordar de acontecimentos que insistem em invadir meus pensamentos. Queria poder recomeçar sem ter que lembrar o que vivi e com isso ser livre para agir sem medo e bloqueios.
"Só o tempo" ouço um velho dizer sentado à lareira de sua porta. Que tempo é esse? Escuto apenas um galo a cacarejar as horas passando mas nada vejo de mudanças. Pergunto ao velho e recebo apenas um olhar como resposta. Quem decifra esse olhar? A quem ele tenta devorar?
Há tempos tranquei as recordações em um baú no fundo do armário e hoje procuro um oceano para despejá-lo. O mar deve guardar bem segredos! Espero que mergulhador algum encontre as marcas da minha história e que ninguém se atreva a abrir aquilo o com sacrifício foi lacrado.
Mando para longe de mim o que ainda vive por perto. Quem sabe no fundo do mar esteja o tempo que tanto desconheço e que lá ela resolva fazer o passado ficar para trás e a vida seguir seu fluxo tal como as ondas que vão terminar na praia alegrando os que se lançam no mar da vida.

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