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sábado, 28 de julho de 2012

Recordar

Somos seres ritualísticos por essência. Precisamos quase que desesperadamente de datas, objetos e eventos exteriores para que organizemos o nosso interior. Somos iludidos com a contagem das horas e o marcar dos dias e anos por um calendário que de alguma forma nos ilude com a ideia de infinitude.
Precisamos de pequenas lembranças para evocar acontecimentos anteriores que foram importantes para nós. Precisamos registrar o cheiro, a voz, o olhar e o sorriso para que nos lembremos de uma pessoa. Precisamos registrar datas de nascimento, de casamento, de namoro, de noivado e de morte.
Essa necessidade surge do nosso apego e a dificil missão de se despedir de algo ou alguém. Se a presença se vai, ficam-se as lembranças. Recordar é positivo na medida em que mantém vivo em nós algo que já vivemos, porém, quando nossa passa a girar em torno do passado é sinal de que estamos diante de um sério problema.
Que a vida ande sempre para frente ainda que isso ocorra em ciclos. Que as lembranças não nos perturbem e que nossos rituais não faça de nós neuróticos obsessivos. Que saibamos viver com o que lembramos e com o que esquecemos e que a dor não seja maior que a alegria da saudade.

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