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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Joelhos ralados

E os dias de silêncio se prolongam em minha alma. É um grito preso em minha garganta que anseia por escapar. Meus pensamentos se confundem e perco o ritmo da vida e dos meus passos. 
Tropecei, caí e ralei minhas mãos e meus joelhos. Senti na pele o sangue quente jorrar dentro de mim. Levantei e prossegui, feridas uma hora se cicatrizam e restam apenas marcas que nos mostram o que um dia só restarão marcas.
Se pelo caminho me perdi hoje me encontrei. A vida as vezes precisa ser posta de cabeça para baixo para que tudo volte ao lugar. Estar perdido não é de todo ruim, é sinal de que um dia me encontrei e que preciso repetir esse processo diariamente e a cada segundo.
A todo tempo somos bombardeados de falsas verdades sobre nós por vozes e olhares que insistem em nos julgar. Mas, o segredo está em aprender a ouvir a nossa voz interior - essa mesma que por vezes sufocamos - e então sorrir para a vida, para o céu e para as pessoas.
Se hoje sinto ainda esse nó na garganta é um bom sinal: ainda me permito sentir! Não desisti de viver, não desisti de acreditar e então me permito. Permito-me correr na chuva em um domingo a tarde e a contemplar um pôr do sol quando me dá vontade. Permito-me sentar sob uma árvore em um dia de outono e sentir as folhas caindo sobre mim e permito-me sentar em um banco num dia frio e sentir o vento tocando meu rosto e ser aquecido pela minha imensa força de viver.
Joelhos ralados? Doem ali na hora e mais algum tempo, mas cicatrizam e a ferida para de sangrar e sem que percebamos estaremos andando novamente rumo ao infinito! Posso cair mil vezes, mas não desistirei de prosseguir porque com a dor eu aprendo a persistir.

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